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“Não existe consulta por mensagem”, explica a cirurgiã plástica Tatiana Moura - PeoplePop

“Não existe consulta por mensagem”, explica a cirurgiã plástica Tatiana Moura

Tudo bem que durante a pandemia fomos obrigados a fazer quase tudo de maneira virtual, porém isso não funciona para todo tipo de processo. Ainda mais quando se fala em saúde. Cansada de ver a equipe sendo abordada semanalmente por pessoas que de maneira insistente, tentam fazer a consulta por mensagens, a cirurgiã plástica Tatiana Moura fez um desabafo em suas redes sociais. “Teve um caso em que uma pessoa ligou e quando perguntava sobre horário e valores para a minha secretária, começou a enviar fotos e a questionar se eu fazia tal cirurgia, se era feito daquele jeito que ele estava procurando, então, ela me repassou essas informações e eu disse que ele precisava marcar uma consulta médica, para eu examiná-lo e discutir. A partir daí, ele passou a ser grosseiro com ela, dizendo que ele iria gastar muito na cirurgia e que precisava saber se eu fazia ou não o procedimento”, conta.
De acordo com a médica, os pacientes devem entender que a consulta é algo sério e que se trata de um momento de diálogo com o profissional que é essencial para o sucesso do procedimento, como um todo. Sendo assim, a consulta agendada pode ser realizada presencial ou online por videoconferência, para acompanhamento de tratamento, elucidação de dúvidas, averiguação de sintomas e queixas e para se ouvir “Isso que você deseja não é possível” ou “É possível dessa outra forma”.
Em todas essas situações a consulta é feita em um ambiente de confiança, sigilo e ética. E continua: “O que as pessoas precisam entender é que a consulta médica faz parte do ato médico. Uma secretária não a faz, pois não tem informação para saber sobre o caso, qual a melhor conduta, saber o que é melhor para aquele paciente, já que consulta, por definição é um ato médico, um momento de contato direto entre o médico e o paciente. Veja bem, contato direto”, ressalta.
Para ela, é preciso bom senso de todas as partes envolvidas, já que a vida do paciente tem valor, assim como o trabalho médico. O alerta é importante já que o mercado de cirurgia plástica vive em crescimento sendo que, segundo o levantamento da Pesquisa Global 2022 sobre procedimentos estéticos e cosméticos promovida pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), o número de procedimentos cirúrgicos passou por um aumento de 41,3% nos últimos quatro anos.
“Quantidade não quer dizer qualidade e todo cuidado é pouco. Diversos termos são utilizados nas redes e pela mídia e são exageradamente empregados para pular aos olhos dos internautas, com imagens que utilizam jogo de luzes como se aquele resultado na mesa de cirurgia fosse realmente o real e não é. Quer um exemplo? Não existe lipo de alta, médica ou baixa definição, na literatura médica. O que existe é que você pode fazer uma lipoaspiração de alta definição com algumas técnicas, por exemplo, deixar a pele bem fininha, enxertia de músculo, desenhar a musculatura na gordura, ou seja, todas elas irão oferecer uma lipoaspiração com resultado que chamam de alta definição. É preciso estar atento e fugir de modismos”, finaliza a cirurgiã plástica pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.