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Introdução alimentar: Dr. Gabriel Melare explica como transformar esse marco em um passo seguro para a saúde da criança - PeoplePop

Introdução alimentar: Dr. Gabriel Melare explica como transformar esse marco em um passo seguro para a saúde da criança

No momento em que o bebê dá a primeira colherada, não está apenas conhecendo um novo sabor, está dando início a um processo que pode definir sua relação com a comida pelo resto da vida. A introdução alimentar é mais do que trocar o leite por novos alimentos, é um marco de desenvolvimento físico, motor, emocional e social.

De acordo com o médico Dr. Gabriel Melare, esse passo deve acontecer, preferencialmente, aos seis meses de vida.

“Nessa idade, a criança já consegue sustentar o pescoço e o tronco, sentar sem apoio e demonstrar interesse pelo que os pais estão comendo. Isso torna o processo mais seguro e natural”, explica.

Iniciar cedo demais pode ser prejudicial. O médico alerta que introduzir alimentos antes da hora aumenta o risco de alergias, infecções gastrointestinais, sobrepeso e até desnutrição, além de reduzir a ingestão de leite materno, fonte essencial de nutrientes nessa fase.
Por outro lado, adiar por muito tempo também traz problemas:

“A introdução tardia pode comprometer o crescimento e aumentar o risco de anemia e deficiências nutricionais. É uma janela de oportunidade que precisa ser respeitada”, reforça Dr. Gabriel.

Não existe fórmula única, o método certo é o que se adapta à família. Entre as técnicas mais conhecidas estão o método tradicional (papinhas amassadas), o BLW (Baby-Led Weaning), onde o bebê conduz a alimentação pegando os alimentos com as mãos, e o método participativo, que combina os dois.

Para Dr. Gabriel, não existe um “melhor” método universal.

“O mais importante é respeitar o tempo do bebê, oferecer variedade e garantir segurança alimentar. A escolha deve considerar a criança e a rotina da família”

Antes de iniciar, os pais devem observar sinais claros de prontidão: Capacidade de sentar sem apoio
Controle da cabeça e do tronco
Perda do reflexo de empurrar a comida com a língua
Interesse por alimentos e habilidade de levar objetos à boca

O médico recomenda apresentar alimentos potencialmente alergênicos como ovo, peixe e amendoim, em pequenas quantidades, um por vez, e com intervalo de alguns dias para observar reações.

“O medo excessivo pode atrasar benefícios. A introdução responsável, acompanhada por um profissional, ajuda a prevenir alergias a longo prazo”, orienta.

Para o Dr. Gabriel, o segredo está na paciência e na experiência positiva. Ele sugere iniciar com pequenas porções, aumentando gradualmente a quantidade e a variedade, e explorar cores, texturas e formatos diferentes para estimular o interesse da criança.

“Permita que o bebê explore os alimentos com as mãos. Isso desenvolve a coordenação motora e aumenta a aceitação. Nunca force a comer, respeite os sinais de saciedade. Alimentação é aprendizado, não obrigação”, ressalta.

O suporte profissional garante que a transição para os sólidos seja segura e nutritiva.

“O médico orienta sobre alimentos, quantidades, métodos, previne deficiências e alergias, e ainda oferece aos pais segurança para tomar decisões”, afirma Dr. Gabriel.

A introdução alimentar influencia diretamente o crescimento, o desenvolvimento cognitivo e motor, e a prevenção de doenças como obesidade e anemia.

“Uma boa nutrição fortalece o sistema imunológico e estabelece hábitos saudáveis que podem durar toda a vida. É um investimento no futuro da criança”, conclui o especialista.