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Eduardo Ortiz fala de sua luta como vereador em Itu, a famosa cidade dos exageros

Considerado por muitos um dos vereadores com mandato mais transparentes já eleitos em Itu a famosa cidade dos exageros, no interior de SP, Eduardo Ortiz se destaca por ser uma figura carismática e bastante querida no município.
Com a mentalidade de levar o povo pra dentro da Câmara, fazendo com que a população tome conhecimento de tudo que se passa até mesmo nos bastidores do parlamento, Ortiz vem ganhando cada vez mais credibilidade e aumentando sua base eleitoral, por priorizar sempre os interesses da população e não de seus colegas de gabinete.
Nessa entrevista ele fez um apanhado sobre sua trajetória, revelando os maiores desafios da carreira que escolheu seguir.

Quantos mandatos você já foi eleito vereador em Itu? Poderia nos contar um pouco sobre sua trajetória política?

Estou em meu segundo mandato de vereador. Fui eleito pela primeira vez para a legislatura 2013/2016, com 872 votos. Fiz um trabalho exemplar e fui reconhecido pelo povo, quase dobrando minha votação na eleição seguinte com 1559 votos. Só não fui reeleito por causa do quociente eleitoral.
Em 2018 fui candidato à Deputado Estadual, obtendo quase de 10.000 votos.
Nas eleições de 2020 fui o quarto vereador mais votado da cidade, sendo eleito com 1332 votos.

Quais foram os principais desafios que você enfrentou durante seus mandatos como vereador?

Desde o meu primeiro mandato eu tive que provar para população que eu era diferente dos demais políticos. O cenário político no Brasil é tão caótico, que quando surge um político diferenciado, ele tem que lutar para provar para população que não é mais do mesmo, que não compactua com o sistema. Mas, Graças a Deus, eu consegui mostrar, pelo menos para uma parte da população, que é possível sim ser diferente, que é possível sim ser honesto no meio político. Isso tem um preço, muitas portas se fecham para a gente, pelo simples fato de estarmos fazendo o certo. Se você se recusa a fazer as coisas do jeito que os políticos querem, você acaba sendo “persona non grata” entre eles. E isso acaba refletindo no resultado do trabalho realizado, pois muitas vezes alguma retaliação que é feita a mim, enquanto vereador, prejudica o munícipe. Alguns gestores ainda não entenderam que deixar de dar atenção às demandas que chegam através do vereador, é deixar de atender ao povo! Tem secretário que bloqueia vereador de oposição no WhatsApp, e não encara o trabalho do vereador como representante do povo!

Com o Deputado Rodrigo Moraes e a ex deputada e atual vereadora Maria do Carmo Piunti

Existe algum projeto específico que você considera um marco em sua carreira? Qual foi o impacto dele na comunidade?

Eu acredito que não são só os projetos de lei que pautam um bom mandato. Ao contrário, vejo muitas leis inócuas sendo aprovadas por pura politicagem, às vezes para agradar um segmento da sociedade, às vezes para gerar conteúdo estatístico, e não vejo isso com bons olhos.

Acho que colaborei muito com a sociedade iniciando as transmissões das Sessões ao vivo e gravação das mesmas no YouTube. Colaborei também votando contra vários projetos prejudiciais ao povo, tais como o projeto que instituiu a taxa do lixo, a continuação do monopólio do transporte público na cidade, a desastrosa reforma administrativa realizada pela atual administração, entre outros projetos que impactam diretamente na vida do munícipe. O fato de votar contra esse tipo de projeto, e discursar fundamentando os motivos que me levaram a ser contrário aos projetos, dá voz à população, ao mesmo tempo em que leva ao conhecimento do povo os projetos absurdos do executivo que tramitam na Câmara. Acredito que se não houver um representante na Câmara que faça esse tipo de trabalho, dá subsídios para que tudo o quem vem para ser votado seja aprovado, e a população sequer toma conhecimento.

Quais foram as maiores alegrias que você experimentou ao longo de sua atuação como vereador?

Acredito que a maior alegria enquanto vereador, é poder andar nas ruas, ir ao supermercado, à farmácia, encontrar a população, poder parar para bater um papo, sem medo de ser achincalhado. Eu atendo o povo na principal praça da cidade desde o meu primeiro mandato, atendo na feira do rolo da Cidade Nova, e posso sentir o reconhecimento da população pelo meu trabalho. Não é qualquer político que pode andar livremente nas ruas, sem receio. Eu posso!
E em se tratando de ação parlamentar, posso dizer que tenho grandes vitórias. Posso citar a derrubada da taxa do lixo neste mandato, e a desistência da construção de um novo prédio para a Câmara, no mandato anterior.

Em contrapartida, quais foram os momentos mais difíceis ou tristes que você enfrentou?

A crise de falta d’água em 2014 foi algo muito triste de vivenciar , enquanto vereador. Eu passei algumas noites acordado até de madrugada, para acompanhar munícipes que estavam aguardando abastecimento via caminhão-pipa, pois a água não chegava para todos. Havia quem fosse privilegiado com o abastecimento, e isso gerava uma revolta muito grande na população. Inúmeras vezes eu fui chamado para acompanhar o abastecimento; era muito triste ver ruas inteiras com os moradores nas portas, às vezes em dias frios, todos aguardando por um pouco de água. A população ituana foi muito humilhada, e ainda hoje, em períodos de falta de água, eu me lembro daqueles dias sombrios, e me preocupo que tudo aquilo possa voltar a acontecer um dia. A população ituana não merece ser tratada dessa forma.

Na verdade, os desafios são inúmeros, muitas vezes a população sequer tem noção de batalhas que são travadas internamente na Câmara, e que não chegam ao conhecimento da população. Posso citar as tentativas de aumento de número de vereadores, tanto na legislatura passada, como na atual. Na legislatura passada, chegaram a protocolar o projeto, mas eu e um grupo de amigos divulgamos isso para a população, e fomos para a porta da Câmara protestar. A presença do povo na porta da Câmara fez com que os vereadores desistissem do projeto, e mantivessem os 13 vereadores. Agora, na legislatura atual, o projeto não chegou a ir à plenário, mas as pressões internas foram inúmeras, porém eu segui firme com a minha convicção. Se depender de mim, não haverá aumento de número de vereadores! Não precisamos aumentar o número de vereadores, precisamos aumentar a qualidade do serviço prestado pelos vereadores à população.

Como você enxerga a evolução da cidade de Itu ao longo dos anos em que tem atuado na política local?

Tenho visto que Itu sobrevive. O crescimento da cidade sempre está abaixo do crescimento das demais cidades da região. Se Itu continuar estagnada como está, em 15 anos Salto, por exemplo, terá uma população maior que a de Itu.
Itu ocupa péssimas colocações nos rankings que medem o acesso e a qualidade da saúde, nas perdas de água tratada, entre outras categorias.
Vejo que houve uma melhora na oferta em vagas de creche, e que a educação, como um todo, vem melhorando seus índices, mas vejo isso muito mais como mérito dos profissionais de educação do que dos gestores.
Itu precisa urgentemente atrair novas empresas, rever seu Plano Diretor com responsabilidade, atrair investimentos. Itu é uma potência, já fomos a cidade mais rica do Estado, e precisamos resgatar tudo isso!

Quais são suas principais metas e prioridades para seu atual mandato?

Antes de ser vereador, eu sonhava com uma política diferente, e justamente por isso eu decidi entrar para a vida política. Eu sempre pautei os meus mandatos pela transparência e pela fiscalização. Eu divulgo todos os anos a minha declaração de imposto de renda e, todos os meses, meus holerites e holerites da minha assessoria. Meu mandato é um livro aberto.

Acredito, inclusive, que tenho que dar o exemplo, para poder cobrar o mesmo do Executivo. Tenho fiscalizado diversos órgãos e serviços públicos, desde o início do meu primeiro mandato. Fui um dos principais agentes na luta pela derrubada da taxa do lixo, inclusive apresentando projeto de lei na Câmara para revogar a taxa, que foi derrubado pelos vereadores da base do prefeito. A minha prioridade sempre foi atender as demandas da população. Sou um político que está sempre perto da população, acessível, e pretendo continuar sendo. A minha luta tem sido incansável. Denunciei no Ministério Público a exigência abusiva do cartão Cidadão, denunciei no Tribunal de Contas licitação das lâmpadas de Led instaladas na cidade, pois acompanhei a licitação desde o início, e há vários indícios de irregularidades.

A população Ituana pode contar comigo para combater tudo aquilo que for nocivo para a sociedade. Muitas vezes estou sozinho nessa luta, mas isso não me faz desistir. Se eu tenho certeza de que estou fazendo o certo, eu faço mesmo que todos os outros estejam fazendo diferente.

O que te motivou a apoiar o deputado Rodrigo Moraes para ser o próximo prefeito de Itu?

Acredito que, ao mesmo tempo em que ele tem experiência política, tem o frescor e a vitalidade da juventude. Além de ter livre tráfego junto ao Governo Estadual, o que muito ajuda o município. A atual gestão não tem o apoio do governo, pelas suas características agressivas, individualistas e pela falta de transparência. Acredito que com o Rodrigo prefeito, teremos um diálogo aberto, e poderemos transitar com mais fluidez junto ao Governo Estadual.

Quais qualidades ou projetos do deputado Rodrigo Moraes te fazem acreditar que ele é a melhor escolha para a prefeitura?

Como eu disse anteriormente, o Rodrigo é uma pessoa jovem, e aliado a experiência da Maria do Carmo, tem muito a contribuir com a nossa cidade. Ele tem bons projetos para nós, que vai desde o Bom Prato, o material escolar gratuito às crianças da rede, passando por sua preocupação com a situação atual da saúde, assim como todas as deficiências dos transporte público. O Rodrigo foi um grande lutador na derrubada da taxa do lixo, sem ele essa luta teria sido muito mais difícil. Rodrigo também fará uma reforma administrativa justa, corrigindo os absurdos cometidos pelo governo atual, que tanto prejudicou os servidores. Tenho certeza de que ele terá um olhar atento para as necessidades da nossa comunidade ituana, como um todo. Governará para todos!

Como você vê o futuro de Itu nos próximos anos e qual será seu papel nesse futuro?

A depender de quem for eleito prefeito, acredito em dias melhores para a cidade. O cidadão ituano está cansado, após tanta coisa ruim acontecendo na cidade. Arrisco dizer que não tem como piorar, chegamos a um ponto onde temos que ter uma virada de chave, uma mudança radical no jeito de governar a cidade, incluindo, ouvindo, resgatando a dignidade das pessoas, priorizando o terceiro setor, tão massacrado atualmente.
Meu papel será ajudar a gestão a enxergar onde é necessário mudar, onde é necessário investir, e, ao mesmo tempo, continuar fiscalizando as ações do governo, como sempre fiz.

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