A médica ginecologista e obstetra fala dos fatores mais conhecidos sobre um problema que atinge diversas mulheres no momento mais íntimo
A tão conhecida dor durante a relação sexual é, infelizmente, conhecida por muitas mulheres. Chamada de dispareunia em termos técnicos, esse desconforto íntimo não é nada normal e tem uma série de fatores que devem ser avaliados com a ajuda de profissionais para que a vida sexual feminina, já taxada por diversos tabus, seja a mais saudável possível.
“A relação sexual tem que ser algo prazeroso e não doloroso, não importa a idade da paciente, a posição na hora da relação sexual, ou a fase da vida da mulher”, afirma a doutora Sílvia Haick. Ginecologista e obstetra, a médica já atendeu diversas pacientes com a mesma queixa e avalia as causas mais comuns, como endometriose e o psicológico.
“Dentre as complicações da endometriose está a dor durante a relação sexual. Uma das mais conhecidas patologias que acometem o corpo das mulheres, ela deve ser tratada e acompanhada para não piorar a sua evolução. Não podemos esquecer do vaginismo e dos traumas sexuais”, aponta a profissional.
Falta de lubrificação íntima também é um fator comumente encontrado e pouco discutido. Essa lubrificação natural na área da vagina é essencial para o conforto da relação sexual, mas pode mudar por vários motivos. “Cansaço, fase do ciclo menstrual, gestação e variação hormonal são alguns dos agentes causadores desse desconforto”, diz Sílvia.
E a mente ainda atua com protagonismo na intimidade. O estresse e a ansiedade têm uma relação muito importante com a dificuldade de relaxamento no ato sexual, na lubrificação e no orgasmo. “Afinal, quem quer se relacionar estando mal mentalmente, preocupado ou ansioso?”, Sílvia pontua. “A falta de conversa com o parceiro ou parceira, a falta de intimidade, a desconfiança causam transtornos para a relação sexual também”.
“Nenhum sofrimento é comum na hora da relação sexual. Se você sente qualquer desconforto, tem falta de libido ou não se sente segura, deve procurar um ginecologista. Sexo tem que ter prazer e não dor!”, finaliza.