Ele também conta como lida com o TDAH
Daniel Hernandes Ramos, nascido em São Vicente, mas criado e moldado nas ruas e dias da cidade do Guarujá, cresceu entre dois mundos bem distintos: um marcado por desafios e outro alimentado por sonhos. Sua infância foi vivida entre as brincadeiras simples de rua — bolinha de gude, pipa, pião, pega-pega e a dura realidade de conviver com um pai alcoólatra e esquizofrênico.
“Em meio a essas duas faces da infância, uma luta mais silenciosa me acompanhava: o TDAH e o déficit de atenção, condições que enfrento desde menino e que continuam sendo um desafio até hoje. Mas se há um nome que representa força e superação na minha vida, é o da minha mãe(Marta). Abandonada no hospital ainda recém-nascida, foi levada para a Espanha por pessoas que a maltrataram e espancaram até a adolescência. Fugiu, voltou para o Brasil, casou-se com meu pai e, anos depois, mesmo diante de agressões e traições, tomou coragem para recomeçar sozinha, me criar e construir sua vida. Estudou, passou em concurso público e trabalhou na área da saúde até se aposentar, mesmo ainda sendo perseguida por suas memórias traumáticas”
Daniel diz que sua mãe é sua maior inspiração. Hoje, ele se define como alguém em evolução, moldado pelos livros que lê. “E, principalmente, pela graça de Deus que me alcançou. Sou grato por ser quem me tornei, e esperançoso por ainda não ser quem posso ser. Minha vida é múltipla: trabalho como recepcionista em um condomínio, sou professor de Libras, realizo desenhos realistas por encomenda, e estudo o mercado financeiro internacional (Forex). Fui pai aos 17 anos, uma experiência que me fez amadurecer cedo e entender o valor da família e da responsabilidade”,
Daniel conta que a maior virada em sua vida foi o encontro com a fé reformada em Cristo Jesus, que acendeu nele não só o desejo de viver com propósito, mas também um amor profundo pela leitura, pelo conhecimento e pela verdade. “Se há algo que eu gostaria que este texto deixasse claro, é que nem TDAH, nem traumas, nem memórias difíceis podem impedir a evolução de alguém quando Deus está no centro da caminhada. Basta não desistir, não idolatrar nossos desejos errados e jamais tirar Deus do trono do nosso coração”, finaliza.