Ícone do site PeoplePop

CPI das Bets: Virginia Fonseca e Rico Melquiades podem ser presos ao depor na CPI das Bets? Advogada responde

A advogada criminal Suéllen Paulino fala sobre o depoimento dos influenciadores na CPI das bets

Muito se fala sobre os desdobramentos da CPI das Apostas Esportivas, especialmente com a convocação de influenciadores como Virginia Fonseca e Rico Melquiades. Mas afinal: eles podem ser presos ao prestar depoimento?

De acordo com a advogada criminal Suéllen Paulino, a resposta técnica é: em regra, não. “Uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) tem como função principal investigar fatos relevantes para o interesse público. Ela possui poderes de investigação equivalentes aos de uma autoridade judicial, como convocar pessoas para depor, requisitar documentos e realizar diligências. Contudo, a CPI não pode julgar nem prender alguém automaticamente, salvo em situações excepcionais”, destaca.

Mas há exceções. “Se um depoente mentir deliberadamente (cometer falso testemunho), desacatar a autoridade parlamentar ou se recusar a comparecer sem justificativa, pode, sim, haver implicações mais graves, inclusive prisão em flagrante. Mas o simples ato de ser convocado ou de estar sob investigação não configura motivo suficiente para prisão”, esclarece Suéllen Paulino.

Segundo a advogada, na prática, o que está acontecendo é que essas convocações visam esclarecer o nível de envolvimento dos influenciadores com plataformas de apostas online, especialmente em relação a possíveis práticas ilegais, como manipulação de resultados ou aliciamento de seguidores para jogos irregulares.

“É preciso cautela para não transformar depoimentos em espetáculos públicos. Investigar é necessário — mas com respeito ao contraditório, à presunção de inocência e sem prejulgamentos. Influenciadores digitais exercem um papel relevante no comportamento coletivo, especialmente dos jovens, e precisam, sim, ser responsabilizados quando ultrapassam os limites legais. Mas isso deve ocorrer com base em provas, não em manchetes”, conclui.

Sair da versão mobile