População apoia a Contribuição para Custeio da Iluminação Pública ao perceber que LED é arma eficaz contra a violência, que economiza até 60% e salva vidas
Por Carlos Mendes, especialista em segurança pública e políticas urbanas
Assaltos, estupros, furtos e agressões. Essa é a realidade de muitas cidades brasileiras após o pôr do sol. E o que mais contribui para que isso continue? A escuridão. Em locais mal iluminados, o crime se sente à vontade. Mas há uma resposta eficaz, moderna e comprovadamente eficiente: a iluminação pública em LED, sustentada por um instrumento fundamental que precisa ser compreendido e valorizado: a CIP (Contribuição para Custeio da Iluminação Pública).
Em vez de ficar à mercê de promessas políticas e repasses incertos, cidades como Salto têm nas mãos a oportunidade de virar esse jogo. E a população, quando entende o que está em risco sua segurança, sua liberdade de circular, sua dignidade passa a apoiar a CIP com convicção.
LED não é luxo. É proteção!
Enquanto muitos ainda discutem a CIP como se fosse um fardo, a violência urbana não espera. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2024, mais de 2,5 milhões de crimes noturnos foram registrados no país, com picos de assaltos e violência sexual justamente em áreas de baixa iluminação.
Exemplo brutal? No Rio de Janeiro, moradores de bairros periféricos relataram ao Fórum Brasileiro de Segurança que evitam sair de casa após as 19h por medo. Em Aracajú (SE), mais de 50% das mulheres evitam locais escuros, como mostrou estudo da UFS. Já em São Paulo, regiões que receberam iluminação LED pelo programa “Ilume” passaram a registrar queda de até 30% em ocorrências policiais.
E em Medellín (Colômbia), o resultado foi ainda mais impressionante: redução de mais de 80% nos homicídios após a combinação de iluminação inteligente com requalificação urbana.
A CIP é o que sustenta essa transformação
A Contribuição para Custeio da Iluminação Pública, prevista na Constituição (art. 149-A), é o que garante que a cidade não fique às escuras, esperando favores políticos. É um modelo de financiamento estável, transparente e eficiente que permite modernizar, expandir e manter a rede de iluminação ativa.
Estamos falando de valores que, em média, variam de R$ 4 a R$ 10 mensais por residência, menos do que se gasta com um refrigerante e que têm impacto direto na vida, liberdade e segurança de toda a comunidade.
Sem a CIP, a cidade corre risco de regredir para a escuridão, tanto física quanto moralmente. Com ela, há autonomia para evoluir, economizar e proteger vidas.
Quando a luz chega, o crime foge
LED não é só economia. É inteligência urbana. Lâmpadas antigas reproduzem apenas 20% das cores reais. Já as LEDs passam de 70%, permitindo que pessoas, veículos e situações de risco sejam mais facilmente identificados. Isso é fundamental para a ação da polícia e para a prevenção.
Curitiba (PR), ao trocar mais de 50 mil pontos por LED, viu furtos caírem até 22% em regiões revitalizadas. Barcelona, Londres e Paris consideram o LED peça-chave na redução da criminalidade noturna. Esses dados não são acaso: a iluminação de qualidade transforma o ambiente e a percepção social de segurança.
Iluminação moderna é também economia inteligente
Não é só a segurança que melhora. A cidade economiza, e muito. Com LEDs, o consumo de energia pode cair até 60%. A durabilidade também é superior: enquanto uma lâmpada comum precisa ser trocada a cada 2 anos, a LED dura até 11 anos.
Além disso, são mais resistentes a chuvas, variações elétricas e impactos físicos. São recicláveis e não liberam gases tóxicos, o que significa que cuidam também do meio ambiente.
Salto tem uma decisão histórica nas mãos
Manter a cidade na escuridão é uma escolha. Iluminá-la com inteligência, segurança e planejamento é outra. Salto, como tantas outras cidades brasileiras, pode sair na frente, investir em iluminação LED e construir um ambiente mais seguro, mais vivo e mais justo especialmente para quem mais sofre com o abandono: mulheres, idosos, trabalhadores noturnos e a juventude periférica.
Com a CIP, a cidade se fortalece. Sem ela, enfraquece. A contribuição é pequena, mas o efeito é gigantesco. A CIP não é uma taxa a mais. É uma arma contra a criminalidade. É um pacto coletivo pela vida.
Quando a população entende a CIP, ela apoia cobra que seja bem aplicada
Roseli Martins, dona de casa, resume com precisão:
“Prefiro pagar cinco reais e ver a rua iluminada do que andar no escuro e correr risco.”
E Felipe Souza, entregador de aplicativo, completa:
“Tem lugar que eu só entrego porque tem luz. No escuro, ninguém quer arriscar a vida por um pedido.”
Iluminar é proteger. Iluminar é governar com responsabilidade
Mais do que uma modernização técnica, a iluminação pública em LED é um gesto de cuidado, planejamento e respeito com o cidadão. A cidade que investe nisso valoriza seus moradores, estimula o comércio, atrai turismo, gera empregos e fortalece sua imagem de cidade moderna e segura.
O futuro de Salto pode ser claro e seguro. Ou sombrio e perigoso. A decisão é de todos nós.
Carlos Mendes é especialista em segurança pública, consultor em políticas urbanas, colaborador em projetos de revitalização de espaços públicos no Brasil e defensor do conceito de “cidade segura pela prevenção”.