Mestre Daniel Muralha reforça expansão global da capoeira e destaca inclusão de raças, gêneros e nacionalidades
A capoeira, patrimônio cultural brasileiro, segue se consolidando como uma prática inclusiva e sem fronteiras. Um dos principais nomes dessa expansão é Mestre Daniel Muralha, que acumula 40 anos de trajetória, títulos nacionais e internacionais e atuações em países como Estados Unidos, Espanha, Portugal, Alemanha, Colômbia, França, Itália e Polônia.
Reconhecido como treinador de atletas de alto rendimento, Muralha destaca que a capoeira mantém sua origem na resistência do povo negro, mas hoje é uma arte global que acolhe todas as pessoas.
“A capoeira nasceu da luta contra a opressão. Por isso, não existe espaço para preconceito. É uma prática aberta a negros, brancos, mulheres, homens, jovens e idosos”, afirma.
Estudos recentes mostram que a capoeira é praticada em mais de 80 países, e o mestre testemunha essa diversidade em suas viagens. Durante sua passagem pela cidade de Krakow, Polônia, nos últimos dias, Muralha conduziu atividades para mais de 150 capoeiristas, com idades entre 5 e 70 anos, enfrentando neve e temperaturas negativas.
A programação incluiu aulas práticas, técnicas, teóricas e estratégicas, além de um seminário de MMA ministrado por Muralha na academia Gracie Barra, referência na região. O evento foi organizado pelo professor Bocca, polonês que vem fortalecendo a capoeira no país. Em outra cidade, ao lado do Contramestre Cajueiro, o mestre também realizou um treinamento intensivo de sete horas com atletas locais.
Para Muralha, ensinar no exterior reforça o alcance e o impacto da capoeira como ferramenta cultural.
“É uma alegria imensa levar nossa arte para outros países. Em cada lugar, percebo como a capoeira conecta pessoas diferentes e cria um ambiente de respeito e integração”, destaca.
O mestre já planeja a próxima edição internacional de atividades, com expectativa de ampliar o alcance do projeto e fortalecer ainda mais a presença da capoeira no cenário mundial.
“A capoeira pertence ao mundo. Ela une, transforma e derruba barreiras”, conclui.
