O Bossa Nova Noites (BNN) acaba de lançar uma ousada e sofisticada versão de “That’s The Way of The World”, clássico imortal do Earth, Wind & Fire, originalmente gravado em 1975. Longe de se limitar a uma homenagem, o BNN trata a obra como um organismo vivo, expandindo suas dimensões rítmicas e culturais. O resultado é uma fusão que mergulha no sentimento profundo do blues, mas se reinventa com o calor do samba e a cadência inconfundível da música brasileira.
O produtor Robert Hebert, nascido em Chicago, descreve a gravação original como “um Santo Graal da música negra”, atribuindo sua força ao gênio visionário Charles Stepney, a quem chama de “o Mozart Negro”. Hebert explica que a proposta do BNN foi evoluir a canção de forma autêntica, consciente da responsabilidade de reinterpretar uma obra tão emblemática. Ele relembra que o Earth, Wind & Fire nasceu da cena jazzística de Chicago, carregando o legado da Chess Records e do Chicago Blues, “o primo musical do samba”, como define.
Na nova versão, Hebert destaca o baixo emotivo de Arthur De Palla, a guitarra de Chico Brown, os teclados de Renato Fonseca e Klayton Galdino, além da contribuição de Mari Bodas. O piano acústico, conduzido pelo maestro David Feldman, adiciona uma camada jazzística que garante a missão de unir tradição e inovação.
Mais do que uma releitura, o projeto reafirma a vocação do BNN em redefinir como a música brasileira dialoga com o mundo. Misturando samba, MPB, jazz, blues, R&B e soul, o grupo constrói um som sem fronteiras.
A recente turnê pelos Estados Unidos consolidou essa presença internacional: com casas lotadas no City Winery de Nova York, Chicago, Atlanta, Boston e Filadélfia, o público pôde vivenciar os vocais luminosos de Monique Elen, a arte singular de Najee e a liderança musical de Larry Williams. O espetáculo foi descrito como uma fusão perfeita entre ritmos brasileiros, soul americano e tradições jazzísticas, prova de que o Bossa Nova Noites está pavimentando um caminho único na música global.
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