Conhecida nacionalmente como a eterna Pituxita Bonequinha do “Xou da Xuxa”, Ana Paula Almeida, hoje aos 48 anos, abraça uma nova fase de sua vida e carreira. Se antes o público a enxergava apenas como a paquita carismática dos anos 1980 e 1990, agora ela quer ser reconhecida pela força da mulher que sobreviveu a desafios profundos, reinventou-se inúmeras vezes e encontrou na fé, na disciplina e na resiliência, motivos para seguir em frente. É essa história, real, intensa e cheia de curvas que dá origem ao seu projeto de palestras motivacionais, iniciativa que marca seu retorno aos palcos sob um novo propósito.
Após voltar aos holofotes com o documentário “Pra Sempre Paquitas”, do Globoplay, Ana Paula passou a receber centenas de mensagens de pessoas interessadas em sua trajetória. O interesse espontâneo acabou despertando nela a vontade de dividir com o público seu percurso de superação, desde a infância marcada por um voto religioso feito por sua mãe até episódios de perda, rompimentos e autotransformação. “Sempre tive uma perspectiva positiva, mesmo quando minha vida estava um caos. Eu nasci para ajudar os outros”, afirma a ex-paquita, que também já atuou como missionária e é movida pela crença de que sua história pode iluminar caminhos.
Apesar de ainda participar de shows e eventos temáticos como paquita, memória afetiva que ela acolhe com carinho, Ana Paula tem se empenhado em reposicionar sua imagem pública. Hoje divide sua rotina entre o Rio de Janeiro e Santos, onde vive com o marido, o empresário Daniel de Silos, enquanto compartilha com seus seguidores temas como autoestima, maternidade, seu processo de emagrecimento (perdeu 14 quilos em dois meses), a vida universitária no curso de Biomedicina e a preparação de um ebook com receitas que fazem parte de sua nova fase. Para ela, amadurecer não significou apagar o passado, mas dar voz à mulher que cresceu por trás do personagem infantil que o país aprendeu a amar.
Sua jornada inclui episódios marcantes, como a participação no reality “Além do Peso”, em 2015, que ela descreve como um divisor de águas. “Foi quando decidi olhar para mim, porque eu tinha me abandonado”, recorda. Também relembra momentos dolorosos, como a morte da mãe e o fim conturbado de um casamento abusivo, que ocorreram com apenas duas semanas de diferença. Em 2019, enfrentou ainda uma ruptura pública com Xuxa, episódio que considera superado. “A gente tem que reconhecer o erro e não querer mais fazer. Deus pode restituir tudo”, diz, com maturidade.
No campo pessoal, Ana Paula também revisita histórias que fizeram parte de sua vida, como o noivado com Romário nos anos 1990 — casamento que chegou a ser marcado e cancelado 20 dias antes da cerimônia. Hoje, fala do ex com respeito e mantém relação de amizade com uma de suas filhas. “Eu era muito jovem. Hoje entendo que ele é uma pessoa que gosta de liberdade”, afirma.
Ao subir ao palco agora, seja em shows nostálgicos ou nas novas palestras motivacionais, Ana Paula leva consigo não apenas a lembrança da Pituxita, mas a força de uma mulher que aprendeu a se reconstruir inúmeras vezes. Seu objetivo é claro: mostrar que amadurecer é uma forma de renascer e que cada história de vida tem potência suficiente para inspirar outras.

