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A CORAGEM DE SER VOCÊ MESMO

Você se lembra da época de escola, particularmente da ocasião dos exames ou das competições esportivas, em que a tensão atrapalhava a concentração, prejudicando o desempenho? Muitas vezes o resultado não eram notas mais baixas e trabalhos mal feitos? Depois de adultos, sofremos exatamente a mesma situação, por exemplo, em nossas vidas profissionais. É realmente calamitoso o efeito do stress sobre o funcionamento do cérebro e sobre a capacidade de pensar e responder rapidamente a um estímulo. A aptidão para a aprendizagem – natural do organismo humano – fica comprometida. E por conta da complexidade do momento em que vivemos, e das constantes tensões a que nos submetemos no dia-a-dia, muitos de nós nos encontramos em contínuo estado de desestímulo . Assim, muita gente não chega sequer a ter consciência do seu potencial e capacidade para aprender e viver novas experiências. Nunca chega a saber quem é de verdade por não ter tido a coragem para isso. Viveu para agradar o outro, chamar a atenção do outro, ser aceito pelo outro e assim vai.
Ser fiel a si próprio pode parecer uma tarefa óbvia — em última análise, “ser você mesmo” soa como um conselho simples. Mas a realidade é que viver autenticamente exige coragem. Essa coragem provoca rupturas com expectativas sociais, com o próprio medo da rejeição, e com as narrativas que internalizamos. Neste artigo, vamos explorar a coragem de ser você mesmo — suas raízes, seus efeitos e como cultivá-la —
A autenticidade nos leva intimamente à vulnerabilidade. A psicóloga Brené Brown, embora seu trabalho seja mais cultural e clínico do que puramente investigativo, argumenta que “vulnerabilidade não é sinal de fraqueza, mas sim a disposição de estar exposto, de correr riscos emocionais, e de permitir que os outros vejam quem realmente somos” — e esse é um ato profundamente corajoso. Essa capacidade de se mostrar, com falhas e incertezas, é uma parte essencial da autenticidade.
No campo da psicanálise, Donald Winnicott cunhou os termos Falso Self (Falso Eu)e Verdadeiro Self (Verdadeiro Eu) para descrever como as pessoas podem desenvolver máscaras ou estratégias de adaptação (o Falso Self) para sobreviver às expectativas do ambiente, sacrificando a espontaneidade e a sensação de “estar vivo”. Quando o Falso Self domina, a pessoa pode parecer “bem-sucedida” por fora, mas interiormente sentir-se vazia ou desconectada de si mesma.
Isso sugere que a verdadeira autenticidade não é apenas uma questão de “dizer o que você pensa” ou “fazer o que você quer”, mas de manter ou resgatar um sentido de ser real — de sentir-se vivo, espontâneo e conectado consigo mesmo e com os outros, sem depender de papéis ou expectativas que sufocam a espontaneidade do Ser.
Quando as pessoas se afastam de viver de acordo com seu verdadeiro eu — seja por medo, vergonha ou para agradar os outros —, correm o risco de adotar um Falso EU. Essa alienação interna pode promover desespero ou desconexão emocional, porque a pessoa não consegue experimentar o que significa “ser” plenamente, além disso, trabalhar constantemente para corresponder a expectativas externas pode levar a baixa autoestima, ansiedade social e insatisfação de vida — por estar vivendo uma vida que não parece genuinamente sua.
Viver autenticamente é desafiador por várias razões — e muitas delas têm a ver precisamente com a necessidade de coragem para enfrentar os próprios medos e pressões:
1. Medo do julgamento ou da rejeição: expressar quem somos de fato pode gerar críticas, rejeição social ou sensação de não pertencimento — especialmente quando nossas verdades internas divergem de normas culturais ou familiares.
2. Conflitos internos de identidade: podemos internalizar expectativas desde a infância (por exemplo, “ser bom aluno”, “ser responsável”, “ser quieto” ou “ser durão”), que entram em choque com nossos desejos genuínos. Escolher sermos fiéis a nós mesmos pode implicar romper com essas narrativas internalizadas.
3. Vulnerabilidade emocional: assumir quem somos inclui admitir fraquezas, dúvidas, e falhas — e isso exige tolerância à própria imperfeição, algo que muitos evitam por medo de exposição ou culpa.
4. Falso Eu e autopreservação: pode ser uma estratégia de sobrevivência diante de ambientes hostis ou pouco acolhedores. Desmontar esse falso Eu requer coragem para enfrentar as consequências emocionais de abandonar uma defesa que, embora custosa, foi construída para proteger a pessoa.
5. Incerteza sobre qual é o “verdadeiro eu”: muitos de nós nunca tiveram a chance ou a segurança para explorar quem realmente somos; portanto, a própria busca pelo eu autêntico pode envolver explorar territórios desconhecidos, com riscos emocionais. Como a The School of Life observa, descobrir o que precisamos para sermos felizes e sermos nós mesmos pode levar muito tempo e frequentemente exige desconstrução de expectativas antigas.
E então está disposto a desconstruir o antigo para deixar entrar o novo? A mente negativa mente e vai sempre te dizer mentiras sobre você que vão limitar sua vida. O coração foi o primeiro órgão a ser criado no corpo e traz ritmo, compasso e principalmente memórias desde o inicio. A mente, mente, mas o coração sabe de todas as coisas. Você tem buscado ouvir seu coração? Tem buscado o silêncio interno?
Perceber essa condição e retomar uma aproximação com aquilo que você é de verdade significa descobrir a CORAGEM DE SER VOCÊ MESMO. É isso que faz movimentar a energia vital, o equilíbrio e a harmonia com o mundo à volta. A maneira como você se vê e se sente é praticamente a mesma com que você modela tudo o que faz na vida: se você é uma pessoa com auto-estima e confiança em si mesma, age exercendo o controle sobre suas ações e seu destino. Ao contrário, se lhe falta o amor próprio e a valorização de si mesmo, você corre o risco de ser vítima de sentimentos opressivos e persistentes, do tipo ansiedade e medo. Somos o resultado de tudo o que está dentro de nós, somado à influência do meio externo ao nosso redor; porém, é bastante comum projetar nas coisas ou pessoas com quem mantemos relações a culpa por nossos descontentamentos. Se isso estiver acontecendo com você, tente entender que, no fundo, é sua a responsabilidade de aproveitar, ou não, o melhor da vida e deixar fluir todo o seu potencial. Para ter relacionamentos equilibrados e gratificantes, é preciso estar satisfeito e em equilíbrio consigo mesmo. É necessário compreender a própria personalidade e se tornar confiante o suficiente para acreditar em seu valor, no seu “eu”.
O conhecimento e a intimidade com as próprias emoções e reações diante das circunstâncias é a melhor ferramenta para ajudá-lo a se estruturar com base em você mesmo, sem precisar viver papéis que não lhe são autênticos, nem adequados a você. Conhecendo-se melhor, você terá mais condições de reverter velhos padrões que não combinam com a sua personalidade. Olhar-se no íntimo e perceber-se realmente implica avaliar as próprias qualidades, buscando aprimorá-las sempre, como também detectar deficiências e limites, procurando superá-los. Mais do que isso, é preciso saber como balancear esses lados da personalidade, e integrá-los, pois cometer erros também faz parte da vida e, só olhando para eles, é que a gente aprende e cresce. O objetivo não é ser perfeito, mas dar sempre o melhor de si.
COMO CULTIVAR A CORAGEM DE SER VOCÊ MESMO
• Auto-reflexão e consciência de valores: dedicar tempo para identificar o que é realmente importante para você — seus valores, paixões e crenças centrais. Esse trabalho de autoconhecimento ajuda a fundamentar decisões que estejam alinhadas com seu verdadeiro Eu.
• Aceitar a vulnerabilidade: reconhecer que viver autenticamente envolve riscos emocionais — a possibilidade de erro, rejeição ou fracasso — e cultivar a disposição de senti-los, em vez de evitá-los
• Exercitar pequenos atos de coragem: a coragem não precisa começar com grandes gestos. Pequenas ações, como dizer a verdade em uma conversa, expressar uma opinião genuína sem medo, ou compartilhar uma parte de si com alguém de confiança, ajudam a reforçar a confiança em si mesmo.
• Buscar ambientes seguros para a expressão: relacionamentos e contextos que oferecem aceitação, apoio e respeito pela individualidade favorecem que as pessoas se expressem de forma mais genuína. Ter uma rede de apoio que valida a autenticidade reduz o custo psicológico de “ser você mesmo”.
• Terapia e orientação psicológica: o trabalho terapêutico — especialmente abordagens centradas no cliente, na autocompaixão ou na identidade — pode auxiliar na identificação de narrativas internalizadas, na reestruturação do Eu e na integração de partes escondidas ou rejeitadas de si. Resignificar a vida dando um novo rumo. Recalcular a rota.
• Praticar a autocompaixão: tratar a si com gentileza e compreensão quando as coisas não saem como o “verdadeiro eu” desejava. A autocompaixão ajuda a tolerar os erros e a insegurança que surgem quando tentamos viver autenticamente. Viver sem julgamento e com compaixão consigo e com os outros.
• Planejamento consciente e “mini-exposições”: preparar mentalmente como lidar com respostas negativas ou desconforto ao se expor, criando estratégias para gerenciar emoções e preservar seu bem-estar.
Conhecer e entender bem quem você é de verdade para saber o que é seu e o que é do outro, afinal na maioria das vezes, o outro está falando mais sobre ele do que sobre você, mesmo que o discurso seja sobre você. Faz sentido? Já percebeu isso? Afinal cada um só dá o que tem, não é mesmo?
A coragem de ser você mesmo não é um ato isolado — é um processo contínuo de descoberta, risco, aceitação e transformação. Requer que confrontemos medos profundos, rompamos com narrativas e expectativas externas, e estejamos dispostos a viver com a incerteza de quem estamos nos tornando, mas a certeza que de somos únicos, somos luz e temos muito valor.
A coragem de ser você mesmo é, portanto, mais do que um ideal moral ou espiritual: é um caminho psicológico profundo para uma vida com mais presença, saúde, significado e liberdade. E eu, com 40 anos trabalhando com pessoas e vinte anos utilizando meu método CURA PELO INSCONSCIENTE , onde já ajudei mais de 9 mil pessoas transformarem suas vidas, mais minha experiência pessoal posso te dizer que ter coragem de ser você mesmo é o melhor caminho para uma vida saudável. Sem autenticidade vai gerar um grande vazio interno que o levara ao vício ou vicìos e consequentemente a doenças mentais e físicas.
E então, qual sua escolha: Viver de mentira e ser quem você não é correndo o risco de ficar no vicio, na doença, na vida pesada e infeliz ou buscar, mesmo que não seja tão fácil, ser você mesmo e chegar a uma vida mais leve, saudável e feliz?
Elaine Curiacos

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