A cirurgia de coluna realizada por Xuxa Meneghel na semana passada chamou atenção não apenas dos fãs, mas de muita gente que convive com dores nas costas e teme ouvir a palavra “cirurgia”. O procedimento, feito para tratar uma hérnia de disco, teve boa evolução e alta rápida, um cenário que, segundo especialistas, só acontece quando há indicação precisa.
O ortopedista Dr. Carlos Cedano explica que, apesar de gerar medo, a cirurgia não é a primeira opção na maioria dos diagnósticos. “O tratamento conservador é o tratamento de escolha na maior parte dos casos. A cirurgia fica reservada para uma minoria dos pacientes, geralmente quando as medidas clínicas não funcionam”, afirma.
A hérnia de disco pode surgir em diferentes idades, mas se torna mais frequente com o passar dos anos. “Ela pode ocorrer desde adultos jovens até idosos. Como é um processo degenerativo, sua incidência aumenta com a idade”, explica Cedano. Ainda assim, ele ressalta que os quadros mais sintomáticos costumam aparecer na meia-idade.
Quando a cirurgia entra em cena, geralmente é porque a dor persiste, há limitação importante ou sinais de comprometimento neurológico. “Nesses casos, o procedimento pode devolver qualidade de vida ao paciente”, explica o médico.
Mesmo com o avanço das técnicas minimamente invasivas, Cedano reforça que o melhor caminho ainda é a prevenção. “Apesar de existir predisposição genética, a hérnia de disco é uma doença multifatorial. Sedentarismo, má postura, sobrepeso e hábitos da vida moderna têm grande influência”, alerta.
Por isso, a recomendação é clara: manter uma rotina ativa, fortalecer a musculatura, alongar-se, cuidar da postura e da alimentação. “Esses hábitos reduzem muito o risco de chegar a um quadro que exija cirurgia”, orienta.
O caso de Xuxa ajuda a desmistificar o tema e reforça uma mensagem importante: cirurgia pode ser solução, mas prevenção continua sendo o melhor tratamento.
